Nossa Senhora da Assunção e São José


A vocação de São José

Meditemos sobre a vocação de São José, que prontamente atendeu o chamado do Senhor e por Ele deixou todas as coisas. Hoje sua generosidade e entrega é um exemplo para nós que fomos chamados por Deus nas diversas formas de vocação. Quando Deus nos chamar, digamos prontamente o nosso “Sim”, ofertando diariamente nossas vidas a Sua Divina Vontade. 


A história da salvação é a história de Deus que salva. Nela ninguém pode entrar, senão por expressa vontade divina. Essa vontade se manifesta como vocação. Para sublinhar essa verdade, o Antigo Testamento coloca em evidência a vocação, ou chamado, dos personagens que ocupam as funções mais importantes na história da salvação. Pensemos nas narrações da vocação de Abraão, do profeta Samuel, do rei Davi.
Por sua vez, o Novo Testamento detém-se na descrição da vocação dos Apóstolos e de Paulo, mas, sobretudo, na de Maria, a mãe de Jesus. São Lucas coloca-a em relevo na conhecida narração da Anunciação.

Mas, como já vimos, a posição de São José na história sagrada é a mais próxima possível de Cristo, por isso, não poderia faltar, no Evangelho, a narração de sua vocação. De fato, nós a encontramos em Mateus, logo depois da genealogia (1,18-25), no qual o evangelista não relata o nascimento de Jesus, como se costuma repetir de maneira superficial, mas justifica a presença de José na árvore genealógica, como desejada expressamente por Deus. O nascimento é mencionado no segundo capítulo de Mateus e descrito amplamente em Lucas.
José e Maria, devem ser vistos e entendidos em função da figura e da missão de Jesus, Seus dons e suas virtudes são apenas os pré-requisitos e as conseqüências exigidos e derivados de suas missões. 

Estamos no momento central da história humana e da história da salvação, isto é, na "plenitude do tempo". Estamos em frente da missão mais importante, jamais confiada a um homem e que Deus confia a José a salvaguarda de seus tesouros mais preciosos ou seja, a santidade de Jesus e a virgindade de Maria. A Exortação Apostólica Redemptoris Custos tem inicio sublinhando exatamente o tema da vocação de José, chamado a ser o guarda do Redentor.

À vontade de Deus, que se manifesta com a vocação, ou chamado, corresponde por parte do homem, a obediência. “Despertando do sono, José fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu sua esposa” (Mt 1,24). Ele recebeu-a com todo o mistério de sua maternidade; recebeu-a com o Filho que havia de vir ao mundo, por obra do Espírito Santo: demonstrou, desse modo, uma disponibilidade de vontade, semelhante à disponibilidade de Maria, em ordem àquilo que Deus lhe pedia por meio de seu mensageiro" (RC 3).

A essa altura, podemos acrescentar algumas considerações que dizem respeito a nossa vida, são sugestões do papa Paulo VI: "O que vemos em nosso querido e humilde personagem? Vemos uma extraordinária docilidade, uma prontidão excepcional para a obediência e para a ação. Ele não discute, não duvida, não reclama direitos, nem aspirações. Dispõe-se totalmente a executar a palavra que lhe foi dirigida; sabe que sua vida desenrolar-se-á como em uma ação litúrgica, transfigurando-se, porém, em um nível de pureza e sublimidade extraordinárias, muito acima de qualquer sonho ou cálculo humano" (Homilia, 19 de março de 1968).

(Fonte: Com José na estrada de Jesus, Tarcísio Stramare)

Peçamos à São José vocações para a Santa Igreja com a seguinte oração:

“Lembrai-vos ó puríssimo esposo da Virgem Maria, meu doce protetor São José, que jamais se ouviu dizer, que alguém tivesse invocado a vossa proteção, implorado o vosso socorro e não fosse por vós consolado. Com esta confiança venho a vossa presença, a vós fervorosamente me recomendo. Ó não desprezeis as minhas súplicas Pai adotivo do Redentor, mas dignai-vos de acolhê-las piedosamente. Amém.”