Nossa Senhora da Assunção e São José


A Presença de São José na Vida de Santa Teresa

Meditemos sobre Santa Teresa e sua grande devoção a São José. Ela que em um período de dificuldade, entre inúmera devoções de sua época, escolheu a São José e dele foi largamente favorecida em toda a sua vida. Sejamos também devotos de São José e propagadores dos inúmeros benefícios que ele nos concede por meio de sua inigualável intercessão.


 

Como da abundância do coração fala a boca, a abundância da devoção e experiência josefina de Santa Teresa são visíveis em uma série de manifestações externas. E não importa que estas alcancem cotas sobrenaturais muito altas. A altura destas experiências sobrenaturais não fizeram Santa Teresa perder o contato com a terra e a realidade cotidiana. E assim vemos que, enquanto a experiência de São José se vive no mais profundo do espírito, no centro da alma, as formas devocionais para expressar a mesma são as mais simples e elementares, as mais tradicionais e comuns. Para ela, os meios ordinários de devoção daquele tempo continuavam sendo fontes de piedade, de amor, de agradecimento, e os meios de expressar sua religiosidade a seu pai e senhor São José.

Para a Santa Madre, os conventos que funda, à imagem do primeiro, são casas de São José. Por isso procura que a maioria leve o nome e o título de São José. Dos dezessete pombais da Virgem, fundados por ela, onze estão sob o título de São José: Ávila (1562), Medina del Campo (1567), Malagón (1568), Toledo (1569), Salamanca (1570), Segóvia (1574), Beas de Segura (1575), Sevilha (1576), Caravaca (1576), Palência (1580), Burgos (1582). Com a particularidade que a partir da fundação de Beas, São José é associado engenhosamente a outros títulos.


 

Se nem todas as fundações da Madre Teresa levam o título de São José, não existia nenhuma fundação onde não estivesse presidindo e amparando a imagem de São José. É mais uma manifestação de sua devoção e experiência josefina difundir por seus conventos as imagens de São José, a maioria das quais ainda se conservam.


É notável, a este respeito, a observação que levava consigo em todas suas fundações uma estátua de São José, que recebia o título de "São José do Patrocínio", e, quando o Pe. Pedro Fernández a nomeou Priora do convento da Encarnação em 1571, e ela soube da terrível negativa da maioria das monjas em recebê-la, levou consigo esta imagem e no dia da tomada de posse, após colocar a imagem da Virgem no assento prioral, a acomodou no assento subprioral.
Na fundação de Burgos, o médico Antônio Aguiar, amigo do Pe. Gracián, registra que Santa Teresa ao não encontrar uma imagem do Santo, reformava pela mão de um pintor um santo antigo para que representasse São José. Santa Teresa recorda a Diego de Ortiz que ajudou na fundação do convento de Toledo, "de não se descuidar tanto de pôr a meu senhor São José na porta da Igreja”, pois não queria que faltasse por muito tempo a imagem de São José em nenhum de seus conventos, por serem as casas de seu pai e senhor São José. 


 

Uma das manifestações mais autênticas de verdadeira devoção a um santo é a celebração litúrgica de suas festas. A Santa não apenas celebrava a festa de São José; a solenizava. Diz ela mesma: "procurava fazer sua festa com toda a solenidade que podia" (V 6,7). Este costume de celebrar a festa de São José com toda solenidade, com música e sermão, com toques de sinos, fineza de flores e nuvens perfumadas de incenso e mirra - pois assim se celebrava a festa de São José nas Igrejas da Ordem, segundo o Beato João Batista Mantuano - a Santa iniciou na Encarnação e manteve nos anos que viveu naquele mosteiro, e retomou-as quando voltou como Priora, e a celebrava no convento em que estivesse na festa do Santo Patriarca. É um dos dados mais testificados nas Atas para sua Beatificação e Canonização.
 

Quando escreve as Constituições prescreve que "os domingos e dias de festa se cante Missa, Vésperas e Matinas. Nos primeiros dias da Páscoa e outros dias de solenidade poderão cantar Laudes, especialmente no dia do glorioso São José" (Const. n.2).


São eloquentes, a este respeito, os festejos religiosos de caráter mariano-josefino que organizava em solenidades litúrgicas, como o Natal, no qual dispunha a procissão com as imagens da Virgem e São José - de quem era devotíssima, como acrescenta Isabel Batista que descreve a cena, com este a pedir abrigo para a Virgem grávida.


Não é possível deixar de lado São José na vida da carmelita, quando o Espírito falou tão forte na Igreja e mais precisamente no Carmelo Teresiano sobre a presença do papel do glorioso São José na história da salvação e de cada um dos salvos. Seria trair Santa Teresa que segue esse homem tão insigne, gritando que sejamos devotos de seu pai e senhor São José e nos recomendemos a ele, especialmente nós pessoas de oração; e suas palavras, fruto da experiência e do afeto, apresentam em nossos dias uma atualidade perene. 

(Fonte: São José fundador e pai do Carmelo Teresiano, Secretariatus Generalis Pro Monialibus O.C.D. - Romae)


Dirijamos-lhe a nossa oração:

"Salve, guardião do Redentor
e esposo da Virgem Maria!
A vós, Deus confiou o seu Filho;
em vós, Maria depositou a sua confiança;
convosco, Cristo tornou-Se homem.
Ó Bem-aventurado José, mostrai-vos pai também para nós
e guiai-nos no caminho da vida.
Alcançai-nos graça, misericórdia e coragem,
e defendei-nos de todo o mal. Amém."
(Papa Francisco, Patris Corde)