Livro da Vida 8, 6

Com alegria retomemos, começando sempre de bem a melhor a pintura de nossa vida, sob a guia do Frei Ivo...

6. Oh! bondade infinita do meu Deus, que me parece que Vos vejo e me vejo desta sorte! Oh! regalo dos anjos, que toda eu, quando Vos vejo, me quereria desfazer em amar-Vos! Quão certo é sofrerdes Vós a quem não sofre que Vós estejais com ele! Oh! que bom amigo sois, Senhor meu, como o ides regalando e sofrendo e esperais que se afaça à Vossa condição e, entretanto, lhe sofreis Vós a sua! Tomais em conta, meu Senhor, os momentos em que Vos quer, e com um ponto de arrependimento olvidais o que Vos tem ofendido.

Tenho visto isto claramente por mim, e não vejo, Criador meu, por que todo o mundo não procura achegar-se a Vós por meio desta particular amizade; os maus - que não são da Vossa condição - para que os façais bons com o suportarem que Vós estejais com eles, sequer ao menos duas horas cada dia, embora eles não estejam convosco senão com mil revoltas de cuidados e pensamentos do mundo, como eu fazia. Por este esforço que fazem em querer estar em tão boa companhia, pois vedes que de princípio não podem mais, nem depois algumas vezes, forçais Vós, Senhor, os demónios para que não os acometam e cada dia tenham menos força para os tentar, e dais-lha a eles para vencer. Sim, Vida de todas as vidas, que não matais a nenhum dos que se fiam de Vós e Vos querem por amigo, mas lhes sustentais a vida do corpo com mais saúde e a dais à alma.

Tomemos nosso pincel e sigamos as orientações do Frei Ivo..

Diz um ditado popular que, muitas vezes, Deus não deixa que nossos pecados sejam conhecidos, para que Ele possa ser mais amado através de nós. Não sei se podemos fazer esta afirmação com toda a certeza.

Porém, é certo que todos nós somos muito pecadores. Uns mais, outros menos. Mas, todos, muito pecadores.

E Deus nos ama sempre. Deus nunca cansa de nos amar e de nos perdoar.

                                                        

Deus conhece nossa pobreza, nossas limitações, nossos pecados, nossas misérias e, mesmo assim, Ele nos ama misericordiosamente.

De uma forma simples e bonita, Teresa vai narrando este jeito que somos, diante deste Deus a quem amamos, mas especialmente, diante deste Deus que nos ama infinitamente.

Como é bom termos esta graça de acreditarmos e termos confiança nesta infinita misericórdia de Deus.

Como é bom sentirmos que Deus nos ama, mesmo naqueles momentos em que nós deixamos de amá-Lo.

Como é bom olharmos para Deus e, meio que sem jeito, dizer-lhe: “Deus, Tu sabes que não é isso que eu quero, mas eu caí novamente.”

Como é bom sentirmos que Deus sempre nos entende, mesmo quando os outros não nos entendem.

Como consola sentirmos que Deus sempre está de braços abertos para nos acolher, porque nos compreende, mesmo que outros fechem a acolhida, nos rejeitem e estejam prontos para nos condenar.

Como é bom e como nos faz bem para o coração escutarmos Teresa dizer: “Considerais, Senhor meu, os instantes em que ela (a pessoa) o quer e, por um vislumbre de arrependimento de sua parte, esqueceis que ela Vos tem ofendido!”

Diante de tanta bondade e misericórdia, não podemos desanimar. Não podemos deixar de caminhar. Não podemos achar que não vale a pena perseverar.

Quando nos colocamos a caminho, Ele já está ali, de braços abertos, nos animando e nos dando a graça necessária de nos levantarmos e continuarmos a caminhada.

                                   

Diante deste Deus que lhe ama infinitamente, abra seu coração e tendo certeza que sua misericórdia é infinitamente maior do que seus pecados, diga a ele:

“Senhor, protege-me sempre com Teu amor, como a criança no seio está protegida pelas vísceras da sua mãe.

Aí ela não tem necessidade de nada, nem para comer, nem para beber; está protegida de qualquer perigo.; com a sua mãe tem tudo.

E eu também, Senhor, se me protegeres com Teu amor, não me faltará nada.

Não desejo mais nada do que ser Tua; não quero nunca sair de Ti.

E tal como a criança se torna frágil e necessitada quando sai do seio de sua mãe, também eu seria infeliz se saísse de Ti. Protege-me, Senhor, no Teu seio; protege-me nas vísceras do Teu amor.”

(Santa Maria de Jesus Crucificado – Carmelita)

Pegue o “pincel” e tente retratar no “quadro de sua vida” esta cena maravilhosa de um Deus que abraça e ama você, mesmo no meio de tantas “sujeiras” que possam existir no “quadro do seu viver”.

Frei Ivo Bortoluz OCD

                                                                         

Ó Santa Teresa caminhai conosco para daí
seguirmos contigo...

Concede-nos ó Deus que confiantes e atentos ao Vosso Amor, sirvamos a vós Sumo Bem pela via da misericórdia e da perseverança, sendo sinais e testemunhas luminosas, de que o Vosso Amor é Fonte e Manancial de Alegria e Esperança em todos os momentos da vida.

Amém