Nossa Senhora da Assunção e São José


29 - ENVOLVIDOS NA MISERICÓRDIA DO PAI.

Livro da Vida 9, 9b

 

Lembro-me apenas de uma ocasião em que Lhe pedi consolações, por estar muito necessitada; porém, vendo que o fazia, fiquei tão confusa que a dor de me ver com tão pouca humildade me deu o que eu me atrevera a pedir.

Eu sabia que não era errado pedi-las, mas achava que quem as merecia eram os que estavam bem dispostos, e que tinham procurado a verdadeira devoção com todas as suas forças, sendo esta não ofender a Deus e estar pronto e determinado para todo bem. Eu pensava que as minhas lágrimas eram coisinhas de mulher, ineficazes, pois eu não conseguia com elas o que desejava.

No entanto, acho que me valeram; porque, especialmente depois dessas duas vezes de tão grande arrependimento e de tanta dor no coração, passei a me dedicar mais à oração e a me afastar das coisas que me pudessem trazer a perdição, embora não o fizesse de todo, contando com a ajuda de Deus para delas me separar.

Como Sua Majestade só esperava alguma correspondência de minha parte, as graças espirituais foram aumentando da maneira como vou contar. Trata-se de algo incomum, porque o Senhor as costuma dar aos que têm maior pureza de consciência

 


Confiantes na misericórdia do Pai, seguimos a pintura da nossa vida... pincéis nas mãos na companhia do Frei Ivo!

 

Lendo e refletindo o texto acima colocado, encontramos no escrito de Teresa, algo que a fez sofrer bastante. Sim, Teresa deve ter sofrido bastante por não se sentir digna de ser atendida por Deus. Teresa deve ter sofrido bastante por achar que ela não merecia que Deus ouvisse o seu clamor, as suas preces.

                         



Quantas vezes na vida, nós também desanimamos, por acharmos que Deus não pode nos ouvir, nos escutar e nos atender, pois nós somos pessoas tão ruins e grandes pecadoras! Quantas vezes, nos dirigimos para Deus e falamos com Ele de uma forma sofrida, pois achamos que, devido aos nossos inúmeros pecados, Deus não vai nos atender.

                           

E, por vezes, o que é ainda pior, acabamos não orando, não rezando e não falando com Deus, pois por acharmos que não somos merecedores de que Ele nos escute, achamos que é uma perda de tempo ficarmos ali incomodando a Deus.

                           

Diante disso dessa realidade, precisamos ter bem presente a seguinte realidade:

Deus sempre me escuta... Deus sempre me ouve... Deus nunca se faz de surdo aos meus apelos....

E Deus faz tudo isso, porque Ele é Misericordioso. Sim, Deus é Misericordioso e quando, com humildade, d’Ele nos aproximamos, Deus nos abraça, nos acolhe e nos ama, mesmo que a gente esteja mergulhada no meio da sujeira do pecado.


                            

Isso é maravilhoso de entendermos!

Deus me ama sempre e porque me ama sempre, Deus nunca cansa de me acolher, de me abraçar e de me perdoar. E porque me ama sempre, quando eu faço menção de voltar para Ele, Deus já está de braços abertos, me acolhe, me abraça e me diz:

“Que bom que você voltou,
pois eu estava aqui te esperando,
para te oferecer o meu perdão.”


                         

O que aconteceu com o filho pródigo?

Quando ele se dá conta da sujeira em que vive, da miséria em que se encontra, do “lixo” que ele se tornou, aquele jovem toma a decisão de voltar para a casa do Pai. E quando aquele jovem sujo, maltrapilho, esfomeado e cheirando mal se aproxima, é o Pai que vai ao encontro do filho.


                                                          

É a bondade que vai ao encontro da maldade. É o amor que vai ao encontro do puramente prazeiroso. É a ternura que vai ao encontro da agressividade. É o encontro que vai ao encontro da indiferença. É a alegria que vai ao encontro da tristeza. É a compaixão que vai ao encontro da dor e do sofrimento.

É o amor do Pai é tão grande, que não deixa o filho terminar o “discurso” que havia preparado para pedir perdão. É o Pai que toma a iniciativa de abraçar aquele filho imundo. É o Pai que naquele abraço, o acolhe e o perdoa. E, só depois de perdoar, é que o Pai chama os empregados para darem um banho naquele filho e manda fazerem uma grande festa pelo retorno daquele que estava perdido, daquele que estava morto e que agora havia sido encontrado e estava vivo!


                                     

Deus nos ama, nos acolhe e nos abraça, não porque nós o mereçamos, mas sim, porque Ele é Misericordioso.

Mesmo que eu dê as costas para Deus; mesmo que eu diga não querer ser amado por Deus; mesmo que eu negue a Deus, Ele nunca deixa de viver esta fantástica aventura de amor. Um amor que sempre está a caminho, em busca da ovelha perdida. Um amor que quer ver a todos vivendo uma vida em plenitude.


                                

E quando a gente se deixa envolver pelo amor misericordioso de Deus, aí sim, estaremos reiniciando uma vida nova. Uma vida nova, marcada essencialmente pela humildade, pois é a humildade que nos revela que nós nada somos, mas ao mesmo tempo, uma humildade que nos mostra o quanto nós somos importantes por sermos amados misericordiosamente por Deus.

                                


Nunca sinta vergonha de Deus!
Nunca sinta me do de Deus!

Pegue o “pincel” e tente retratar na tela de sua vida esta imagem maravilhosa de um Deus que envolve a você na doce, amável e suave ternura de sua infinita misericórdia.

Frei Ivo Bortoluz OCD

 


                                                                    Vamos rezar com as Irmãs...
 

                                                                         

Ó Santa Teresa caminhai conosco
para daí seguirmos contigo...

Dá-nos Senhor acolher esta verdade tão simples e forte que nos oferece neste dia:

“humildade que nos revela que nós nada somos, mas ao mesmo tempo, uma humildade que nos mostra o quanto nós somos importantes por sermos amados misericordiosamente por Deus”.


Eis a grande consolação que pedimos, para viver a exemplo de Santa Teresa, a correspondência ao Teu Amor.

Amém.