Nossa Senhora da Assunção e São José


76- O MENINO QUE QUERIA ENCONTRAR DEUS!

Livro da Vida 14, 6 - 7

 

Parece impertinência dizer isso, dado que sabemos que Deus sempre nos entende e está conosco. Não há dúvida de que seja assim, mas esse Imperador e Senhor nosso quer que saibamos aqui que Ele nos entende e o que produz em nós a Sua presença. Ele também faz entender que deseja particularmente começar a agir na alma, através da grande satisfação interior e exterior que lhe dá e pela diferença que existe, como eu disse, entre esse deleite e contentamento e os prazeres da terra, parecendo preencher o vazio que, pelos nossos pecados, tínhamos criado na alma. É bem no íntimo que a alma sente essa satisfação, sem saber por onde nem como lhe veio, e desconhecendo o que fazer, o que querer, o que pedir. Parece que ela acha tudo junto e não sabe o que achou, nem eu sei ainda como explicá-lo, porque para essas coisas seria preciso instrução. Seria bom explicar aqui o que é graça geral e graça particular, porque há muitos que o ignoram. Isso serviria para mos¬trar que, com relação a essa graça tão particular, o Senhor quer que a alma, como se diz, veja com seus próprios olhos. Isso também serviria para esclarecer muitas coisas que devem estar erradas; mas, como este relato vai ser lido por pessoas que saberão identificar os erros, não me preocupo. Confio nessas pessoas, tanto em termos de instrução como de espírito, certa de que, tendo-o em seu poder, elas o entenderão e corrigirão o que estiver errado.
Eu queria explicar isso, porque o Senhor começa a dar essas graças no princípio, quando a alma não as entende nem sabe o que fazer de si. Se Deus a levar pelo caminho do temor, como me levou, é grande o sofrimento se não houver quem a entenda — e é grande o gosto da alma quando lhe fazem o seu retrato, permitindo-lhe ver claro que segue o caminho certo. É um grande bem saber o que deve fazer para avançar em qualquer um desses estados. Porque passei por muitas coisas e perdi muito tempo por não saber o que fazer, e sofro muito pelas almas que se vêem sozinhas quando chegam aqui. Tenho lido muitos livros espirituais que, embora falem do essencial, pouco explicam; se a alma não tiver muita experiência, mesmo que os livros explicassem muito, o esforço por entender a si mesma ainda assim seria grande.

 

"É bem no íntimo que a alma sente essa satisfação, sem saber por onde nem como lhe veio, e desconhecendo o que fazer, o que querer, o que pedir. Parece que ela acha tudo junto e não sabe o que achou..." Assim com nosso bom pincelzinho, mergulhadados na alegria de nos sabermos amados e envolvidos no amor de Deus..., pintemos uma linda tela, revelando assim a nossos irmãos e irmãs a beleza da vida com Deus. Frei Ivo nos ajudará, com precisas instruções!

 

“Francisco era um menino com um sonho: ele queria se encontrar com Deus. Um dia tomou a decisão de ir ao encontro de Deus. Mas ele sabia que tinha um longo caminho pela frente, portanto preparou sua mochila com lanches, biscoitos e guaraná, saiu de casa e começou sua caminhada. Após caminhar algumas quadras, encontrou um velhinho bem simples, bem humilde, sentado em um banco da praça olhando os pássaros.
O menino sentou-se no banco junto a ele, abriu sua mochila para pegar um biscoito, quando olhou o velhinho e viu que ele estava com fome, então ofereceu-lhe um de seus lanches.
O velhinho muito agradecido aceitou e sorriu ao menino. Seu sorriso era tão incrível que o menino quis ver de novo, então ele ofereceu-lhe seu guaraná. Mais uma vez o velhinho agradeceu e sorriu ao menino.
O menino estava tão feliz! 
Ficaram sentados ali sorrindo, comendo biscoito e bebendo guaraná pelo resto da tarde sem falarem um ao outro.

 


Quando começou a escurecer o menino estava cansado, resolveu voltar para casa, mas antes de sair ele se voltou e deu um grande abraço ao velhinho. Daqueles abraços apertados, que enchem o nosso coração de vida!O velhinho deu-lhe o maior sorriso que o menino já havia recebido.
Quando o menino entrou em casa, sua mãe surpresa perguntou ao ver a felicidade estampada em sua face:
- O que você fez hoje que te deixou tão feliz?
O menino respondeu:
- Passei a tarde com Deus – e acrescentou – Você sabe, ele tem o sorriso mais lindo que eu já vi.
Enquanto isso, o velhinho chegou em sua humilde casa com o mais radiante sorriso na face, e seu filho perguntou:
- Por onde você esteve e por que está tão feliz?
E o velhinho respondeu:
- Comi biscoito e tomei guaraná no parque com Deus – e antes que seu filho pudesse dizer algo, completou 
– Você sabe que ele é bem mais jovem do que eu pensava?
 E ambos estavam certos…”

Nesta história tão simples, será que não encontramos o que Teresa nos fala no texto acima?
Deus nos ama sempre e nos ama na simplicidade

Deus é essa presença que faz com que nos sintamos bem, mesmo no meio dos momentos de dor e de sofrimentos.
Deus é essa presença amorosa, terna, meiga, aconhegante que nos torna felizes, pelo simples e grandioso fato de ser um Deus apaixonado por nós, criaturas humanas.

 


Não busque o aconchego de Deus em coisas que não tem sentido e em coisas que, de verdade, não valem a pena. Busque o aconchego de Deus sabendo ficar com Deus, não se preocupando muito no que falar, mas vivendo o essencial que é estar com Deus.
Pegue o pincel e retrate na tela de sua vida esta imagem maravilhosa e encantadora: você sentado ao lado de Deus, olhando para Ele e deixando  Deus olhar sempre para você.

Frei Ivo Bortoluz OCD 


                                                                    Vamos rezar com as Irmãs...
 

                                                                         

Teresa, mãe amada dignai-vos assistir nossos dias,
interecedendo junto a Deus por nós...      

“Deus nos ama sempre e nos ama na simplicidade”. 
Senhor Deus, dá-nos a graça de experimentar essa realidade tão vital e transmiti-la em tudo que realizarmos e a todos que encontrarmos, para jamais nos perdermos em idéias e conceitos que nos perturbam a fé e nos afastam de vós. Amém.