Nossa Senhora da Assunção e São José


78 - NÃO CAIA NESTA TENTAÇÃO!

Livro da Vida 14, 9

 

Voltemos agora ao nosso jardim ou vergel, e vejamos como essas árvores começam a impregnar-se para florescer e depois dar frutos, e os cravos e flores, para dar perfume. Agrada-me essa comparação, porque inúmeras vezes, quando comecei (e queira o Senhor que eu tenha começado a servir Sua Majestade; digo “quando comecei” referindo-me ao início do que doravante contarei da minha vida), eu tinha grande deleite em considerar a minha alma um jardim e ver o Senhor passeando nele. Eu Lhe suplicava aumentasse o perfume das florezinhas de virtudes, que começavam, pelo que eu percebia, a querer brotar, e que elas fossem para a Sua glória, e que Ele as sustentasse, pois eu não queria nada para mim, pedindo-Lhe ainda que podasse as que quisesse, porquanto eu sabia que flores melhores iriam brotar. Digo “podar” porque há momentos em que a alma não se lembra desse jardim: tudo parece seco, sem água para sustentar, tendo-se a impressão de que a alma jamais teve em si virtudes. É grande o sofrimento. Porque o Senhor deseja que o pobre jardineiro pense que todo o trabalho que teve para cuidar do jardim e regá-lo se perdeu. É então que chega o real momento de arrancar pela raiz as ervas daninhas, mesmo pequenas, que ficaram e de reconhecer que nenhum esforço basta se Deus nos tira a água da graça; assim, vemos que o pouco que temos é nada, e menos que nada, ganhando muita humildade. Eis que as flores voltam a crescer.

 

Neste tempo santo da quaresma, nosso amigo e irmão Frei Ivo prossegue conosco caminhando e ensinando a manusear nosso pincelzinho. Com a belíssima imagem do jardim que nossa Santa Madre Teresa nos alimenta com suas palavras, nos dando assim uma tela de fundo para a pintura de nossa vida, coloquemos nosso pincel para deslizar na tela!

 

Mais uma vez, nossa Santa nos chama a atenção sobre como tudo é graça de Deus. Sobre como a iniciativa sempre é Deus e de que nós simplesmente temos que tentar corresponder a essa graça que de Deus recebemos.
        Precisamos, sim, fazer todo o esforço possível. Porém, sempre com a humildade de sabermos que, todo o nosso esforço, é puramente correspondência ao amor de quem sempre toma iniciativa, de quem sempre nos ama por primeiro.

 


        Quantas e quantas vezes nos sentimos super animados neste caminhada. Sentimos um entusiasmo tão bonito de fazermos tudo por causa d’Ele, oferecendo tantas e tantas coisas do nosso dia-a-dia a Ele. E fazemos este oferecimento com imensa alegria, pois sentimos uma certeza interior de que tudo o que fazemos e entregamos provoca em Deus a alegria de ver o como eu estou caminhando.
        Na verdade, são momentos muito bonitos na nossa caminhada de relacionamento com Deus. São momentos nos quais parece que sentimos um prazer interior por vivermos diariamente uma entrega total, abandonando-nos na Sua vontade e, até mesmo, vivendo um martírio diário, pois chegamos a sentir aquela agradável sensação de estarmos agradando a Deus e de sentirmos que já não somos mais nós que vivemos, mas que o próprio Cristo que vive em nós.

 


        Até mesmo nos momentos mais difíceis, em que precisamos enfrentar certas cruzes de dor e de sofrimento, até mesmo nestes momentos, nós encontramos uma força interior que nos dá coragem de tudo entregarmos a Ele com alegria. Parece até que estamos “voando” nas asas de Deus e sentindo a leve brisa que inunda nosso ser e nossa vida em todos os momentos.
        De verdade, é maravilhoso podermos fazer a experiência destes momentos de céu, mesmo ainda estando aqui na terra.
        Porém, nossa Santa nos fala que poderão surgir momentos e, com certeza surgirão,  momentos de “podas”!

 


        Momentos nos quais, não apenas sentimos uma aridez interior, um secura na alma, um vazio que pesa. O que é pior de tudo é que no meio de tudo isso, podemos começar a nos perguntar: Será que tudo aquilo que eu já vivi, foi verdadeiro? Será que tudo o que eu vivi, não foi apenas uma ilusão? Será que toda aquela alegria de  me abandonar, de me entregar  e de morrer por amor, será que tudo isso não foi apenas um sonho e uma divagação, onde eu acabei perdendo meu tempo com mentiras que eu construí para mim mesmo?
        Nestes momentos, precisamos ter todo o cuidado para não cairmos nesta tentação. Nestes momentos nós temos que ter aquilo que Jesus nos pede no seu evangelho: “Sede simples como as pombas, mas espertos como as serpentes”.
        O poder do mal é muito esperto. Ele sabe como nos tentar e até mesmo, como nos atingir. E com o diabo, nos diz o Papa Francisco, “com o diabo não se dialoga”. Eu diria, não perca tempo brigando com o diabo, porque se você se meter a brigar com ele, você vai acabar perdendo essa briga. 
Nestes momentos de dor e de sofrimento, você tem que agir esperteza!
        Nestes momentos em que você se pergunta se tudo o que você viveu foi só ilusão e até mesmo mentira, vença esta tentação com esperteza e com simplicidade. Mesmo sofrendo, olhe para o tentador e diga de peito aberto: “Deus me conhece... Deus sabe quem eu sou... Deus sabe que, mesmo no meio do pecado, eu nunca deixei de amá-Lo...”  Com toda a simplicidade e com toda a humildade, diga: “Deus sempre cuidou de mim... Deus sempre me amou... Deus nunca me abandonou, mesmo no meio dos pecados que eu cometi...”

 


        Não caia  nesta tentação!
        Pois se você ceder a esta tentação, então sim, você estará vivendo do jeito que o diabo quer, isto é: desanimado, cansado, jogado, desconfiado, triste e angustiado.
        Não cai nesta tentação!
        Pegue o pincel e retrate na tela de sua vida, esta incrível e fantástica imagem: Você no colo do Pai, tendo a certeza de que Deus ama você, não porque você merece e sim, Deus ama você porque Ele é misericordioso”.

       
        
        

Frei Ivo Bortoluz OCD 


                                                                    Vamos rezar com as Irmãs...
 

                                                                         

Teresa, mãe amada dignai-vos assistir nossos dias,
interecedendo junto a Deus por nós...      

“Eu Lhe suplicava aumentasse o perfume das florezinhas de virtudes, que começavam, pelo que eu percebia, a querer brotar, e que elas fossem para a Sua glória, e que Ele as sustentasse, pois eu não queria nada para mim, pedindo-Lhe ainda que podasse as que quisesse, porquanto eu sabia que flores melhores iriam brotar.” Supliquemos ao Senhor com nossa Sata Madre Teresa, que isso se realize desde nós, se abrindo à toda a humanidade nesse momento de tão grande provas, em qeu o COVID -19 passa como uma grande tempestade ceifando vidas e semeando sofrimentos. Mas com Santa Teresa tambem rezamos: "É grande o sofrimento. Porque o Senhor deseja que o pobre jardineiro pense que todo o trabalho que teve para cuidar do jardim e regá-lo se perdeu. É então que chega o real momento de arrancar pela raiz as ervas daninhas, mesmo pequenas, que ficaram e de reconhecer que nenhum esforço basta se Deus nos tira a água da graça; assim, vemos que o pouco que temos é nada, e menos que nada, ganhando muita humildade. Eis que as flores voltam a crescer".  Não nos deixeis cair em tentação. Amém.