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“ E quando não comungardes, filhas e, ouvirdes missa, podeis comungar espiritualmente, o que traz enorme proveito, fazendo depois o recolhimento, entrando dentro de vós, para que se imprima profundamente em vossa alma o amor desse Senhor...” (Caminho de Perfeição, 35, 1)
“Quando acabardes de receber o Senhor, tendo a própria pessoa presente, procurais fechar os olhos do corpo e abrir os da alma e olhai o vosso próprio coração... (caminho de Perfeição, 34, 12)
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Quero transcrever um artigo do Frei Berny Ulate, OCD da América Central, que faz parte da Escola Teresiana de Promoção Espiritual. Um texto que, com certeza, muito pode nos ajudar nestes tempos difíceis que estamos vivendo.
“Uma das realidade mais dolorosas que temos vivido durante este tempo de Pandemia, tem sido o de não poder participar dos Sacramentos.
A dor e a angústia que experimentamos e sentimos por causa da enfermidade e da morte de muitas pessoas conhecidas, famílias e seres queridos, se acrescenta este de não podemos encontrar o consolo e o conforto que normalmente se obtém na participação da Eucaristia, da Comunhão do Corpo e do Sangue de Cristo, nossa fortaleza.
Entretanto, nunca podemos esquecer de que Deus jamais se afasta de nós.
Para Santa Teresa de Jesus, dentro do contexto que ela teve que viver, nem sempre lhe foi permitido receber a Comunhão Eucarística.
Por isso mesmo, Teresa de Jesus convida as pessoas que não podem comungar a viver a comunhão espiritual. Que pode ser de grande proveito e utilidade para nossa alma. Olhe o que diz Teresa para suas filhas do Carmelo: “ E quando não comungardes, filhas e, ouvirdes missa, podeis comungar espiritualmente, o que traz enorme proveito, fazendo depois o recolhimento, entrando dentro de vós, para que se imprima profundamente em vossa alma o amor desse Senhor...” (Caminho de Perfeição, 35, 1)
Santa Teresa, depois de muitos anos de experiência mística, sabe que Deus tem diferentes e diversos caminhos para chegar a alma e que dá a todos, conforme sua capacidade e circunstâncias. Por isso mesmo, apresenta a comunhão espiritual como uma possibilidade de grandíssimo proveito para aqueles que não podem receber a Jesus na Eucaristia.
Teresa sabe que Deus está presente na alma que O deseja e O ama. Porém, para descobrir este mistério, é preciso dispor-se ao recolhimento interior.
Mas, o que é isso de recolhimento interior?
Na comunhão, é Jesus mesmo que se torna presença e habita na pessoa que o recebe. É por isso que Teresa convida a viver este momento com atitudes muito orantes relacionais. E para viver a profundamente este momento da comunhão, Teresa nos dá esse conselho: “Quando acabardes de receber o Senhor, tendo a própria pessoa presente, procurais fechar os olhos do corpo e abrir os da alma e olhai o vosso próprio coração... (caminho de Perfeição, 34, 12)
Esta mesma atitude é a que devemos assumir ao receber de forma espiritual o Senhor.
Desde o Batismo, todos somos habitados pela Santíssima Trindade. Deus já está dentro de nós. Comungar espiritualmente, é tomar consciência dessa verdade de fé, com nosso coração e com nossa mente.
Em muitos países, ainda continuamos com os templos fechados por causa da pandemia. O único modo de nos aproximarmos da Eucaristia, é através das transmissões dos meios de comunicação. Mesmo no meio desta situação, devemos ter bem presente e a convicção de que esta realidade não nos afasta de Deus. Ele sempre está próximo, no nosso interior.
Vivamos cada Eucaristia, presencialmente ou transmitida, com a consciência de que Deus habita a nossa alma e deseja nela fazer a sua morada. Recolhamo-nos no nosso interior com Ele, e iremos constatar o grande proveito que fará para nossa vida espiritual, a comunhão espiritual”.
Pegue o pincel e retrate na tela da tua vida estas duas perguntas:
Como tens vivido e acompanhado estas celebrações transmitidas pelos meios de comunicação?
Tens experimentado, realmente, a presença de Deus através destes meios?
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