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 Voltemos ao nosso propósito. Essa quietude e recolhimento da alma é coisa que se torna muito sensível pela satisfação e pela paz que traz, pelo grande contentamento e sossego das faculdades e por um deleite muito suave. Como a alma nunca foi além, vem a impressão de que nada lhe falta para desejar,
e ela com prazer diria, com São Pedro, que quisera ter ali a sua morada. Ela não se atreve a se mexer nem a se agitar, temendo que aquele bem fuja de suas mãos. Às vezes, nem sequer deseja respirar. A pobrezinha não entende que, como por si nada pode fazer para atrair esse bem, muito menos o pode para mantê-lo mais do que o Senhor o deseja.
Eu disse que, nesse primeiro recolhimento e quietude, não se perdem as qualidades da alma, mas esta, de tão satisfeita com Deus enquanto aquilo dura, mesmo que as duas faculdades possam extraviar-se, não perde a quietude e o sossego, já que a vontade está unida com Deus, voltando a recolher pouco a pouco o intelecto e a memória. Porque, embora não totalmente engolfada, a alma está tão ocupada, sem saber como, que as duas faculdades, por mais que se esforcem, não conseguem arrebatá-la de seu contentamento e prazer; sem nenhum trabalho, ela vai ajudando a si mesma para que essa centelhazinha de amor de Deus não se apague.
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Olhando... Meditando... Contemplando... o texto acima colocado, podemos dizer que Teresa de Jesus nos mostra que o caminho de unidade e intimidade com Deus, passa sempre pelo caminho da humanidade, isto é, pelo caminho da caridade para com o próximo. É por isso que Teresa, falando para suas Irmãs do Carmelo, dizia: “Quanto mais adiantadas vocês estiverem no amor para com o próximo, tanto mais estareis no amor para com Deus”.
E é impressionante como nossa Santa concretiza este seu modo de pensar ao dizer: “Se a virtude da caridade vos faltar, ainda que tenhais devoção e satisfação espirituais, e até mesmo alguma “suspensãozinha” na oração de quietude, de modo que vocês cheguem a imaginar que já chegaram ao topo e que está tudo pronto, tudo feito, creiam-me: vocês ainda não chegaram a união”.
Teresa de Jesus nos mostra algo de fundamental na nossa caminhada em busca de uma unidade e intimidade com Deus: não existe essa unidade e esta intimidade, se nós fugirmos do caminho da humanidade, do caminho da caridade.
É por isso que alguém, com muita sabedoria nos deixou este ensinamento fundamental em nossa espiritualidade: “Uma pessoa não é humana por que é espiritual. Acontece precisamente o contrário, uma pessoa é espiritual, por que é humana!”
Novamente vem nossa Santa para nos alertar sobre isso, quando ela fala para suas Irmãs do Carmelo, dizendo: “Quanto mais santas vocês forem, tanto mais afáveis e conversáveis vocês tem que se tornar”.
Neste sentido, o nosso amado Papa Francisco nos diz: “Todo o mistério da Oração cristã se resume nesta palavra: ter a coragem de chamar Deus com o nome de Pai. Chamar Deus com o nome de Pai, não é supérfluo. Invocar Deus como Pai nos coloca em relação de confidência, de intimidade com Ele, como uma criança se dirige carinhosamente ao seu papai, sabendo ser amada e cuidada por ele.
O mistério de Deus sempre nos fascina e faz com que nos sintamos pequenos. Porém, nunca deve nos causar medo e nem nos esmagar ou nos angustiar mais.
É impressionante de ver como o Papa Francisco, nos deixa tão perto de Deus, quando afirma: “ Deus não consegue estar sem nós. Por isso é que nunca estamos sozinhos. Podemos até viver afastados d’Ele, ou até mesmo, estar contra Ele. Podemos chegar ao ponto de nos professarmos como ateus, isto é “pessoas sem Deus”, mas Ele não pode estar sem nós”.
A partir de Teresa de Jesus, como seria bom renovarmos ou modificarmos a imagem de Deus que carregamos dentro de nós!
A partir do que nos diz o amado Papa Francisco, como seria bom perdermos este medo de nos sentirmos livres para falar com Deus, como um filho fala com seu pai!
Pegue o seu pincel e retrate na tela de sua vida, esta cena encantadora, onde você aparece diante de Deus Pai e você se apresenta a Ele com tudo aquilo que faz parte de sua vida, coisas boas e bonitas e, também, coisas que não são, nem tão boas e nem tão bonitas, e Deus acolhe você com um abraço maravilhoso e diz a você: “Que bom que você está aqui, pois eu sempre amo você, com tudo aquilo que você está me entregando!
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