Nossa Senhora da Assunção e São José


93- CAMINHAR SEMPRE!

Por isso, e por muitas outras razões, avisei, ao tratar do primeiro modo de oração ou primeira água, que é muito importante que as almas, ao começarem a oração, se desapeguem de toda espécie de prazer e entrem nesse caminho voltadas apenas para ajudar Cristo a carregar a cruz, como bons cavaleiros que, sem pagamento, desejam servir a seu rei, pois sabem que contam com ele, com os olhos voltados para o reino verdadeiro e perpétuo que pretendemos ganhar. Especialmente no início, é muito bom lembrar disso; adiante perceberemos, com todas as provas, quão pouco duram todas as coisas e que tudo é nada, não se devendo levar em conta o descanso, visto ser preciso esquecê-lo, em vez de recordá-lo, para viver.
Isso parece coisa rudimentar, o que é verdade, pois os avançados na perfeição o considerariam uma afronta e se ofenderiam se pensassem que abandonam os bens deste mundo porque estes têm fim quando, mesmo que durassem para sempre, os deixariam alegremente por Deus; e quanto mais perfeitos forem, e quanto mais esses bens durassem, tanto mais o fariam. Nessas almas, o amor já está amadurecido, sendo ele quem age; para os que começam, no entanto, é importantíssimo fazê-lo — e que não o considerem pouco, pois este meio produz grandes bens, razão por que o recomendo tanto. Haverá momentos, mesmo para os muito adiantados na oração, em que Deus os vai querer testar, momentos em que terão a impressão de que Sua Majestade os abandonou; porque, como eu já disse — e não queria que fosse esquecido —, nesta vida a alma não cresce como o corpo, embora cresça verdadeiramente; mas uma criança, depois que cresce e atinge o desenvolvimento, tornando-se adulta, não volta a ter um corpo pequeno. No caso da alma, no entanto, isso acontece, como eu vi em mim, pois em outro lugar não o vi; isso deve servir para que nos humilhemos em nosso próprio benefício e para que não nos descuidemos enquanto estivermos neste desterro; quanto mais alto estivermos, mais devemos temer e menos confiar em nosso próprio poder. Há ocasiões em que as próprias almas já submetidas por inteiro à vontade de Deus — sendo até capazes de sofrer tormentos e enfrentar mil mortes para não serem imperfeitas — são assoladas por tentações e perseguições. Nessa circunstância, elas devem usar as primeiras armas da oração: voltar a pensar que tudo se acaba e que existem céu, inferno e outras coisas dessa espécie.

 

 

Animados pelas palavras de nossa Sta Madre, ensinamentos de Vida Eterna, não nos cansemos de manusear nosso pincel, com os traços mais confiantes de filhos e filhas de Deus que confiam e esperam em Deus. Com nosso amigo e irmão Frei Ivo deslizemos nosso pincel na tela...

 

          Ao ler o texto de nossa mãe, Santa Teresa de Jesus, acima colocado, veio-me no pensamento duas coisas que me parecem fundamentais para termos uma vida de Oração,  nesta caminhada que fazemos com Jesus.
        Em primeiro lugar, Teresa nos mostra que precisamos ter a coragem de nos desapegar de todas as coisas. Quando se quer ter verdadeiramente uma vida de Oração, precisamos aprender esta difícil arte de saber perder, de saber renunciar, de saber morrer.

 


        Quem não é capaz ou não quer renunciar a tudo e perder tudo, nunca vai se sentir totalmente livre para se entregar num amor total para com o Mestre.
        Na verdade, o verdadeiro amor sempre é radical, isto é, não se pode amar um pouco e guardar um pouco para a gente mesmo. Não se pode renunciar alguma coisa por amor e querer ficar com alguma coisa para a gente.
        Na vida e no nosso relacionamento com o Mestre, esta radicalidade sempre deve estar presente. E o lindo desta radicalidade é de que ela não nos faz sofrer e nem nos deixa tristes por entregarmos tudo ao Mestre. Muito pelo contrário: quanto mais eu entrego tudo ao Mestre, tanto mais feliz eu me sinto e tanto mais tempo eu quero estar com Ele, pois estar no Senhor é a minha grande alegria!
        De verdade, o saber morrer por amor, nos leva a um viver pleno de alegrias e de realizações!
        Claro que não é fácil de se viver sempre este amor na radicalidade.

 


        E é aqui que entra o o segundo ponto que Teresa nos apresenta no que nos escreve quando diz: ”Haverá momentos, mesmo para os muito adiantados em oração, em que Deus os vai querer testar, momentos em que terão a impressão de que Deus os  abandonou... Há ocasiões em que as próprias almas já submetidas a vontade de Deus, são assoladas por tentações e perseguições...”
        Claro que as vezes bate em nós a tentação de ceder e de arrumar alguma desculpa para se poder fazer isso ou fazer aquilo, sempre com a justificativa de que a gente é humano e de que a gente não precisa e, nem Deus quer,  que a gente seja assim tão radical.
        Nosso amado Papa Francisco vem falando, já faz bastante tempo, sobre a “mundanidade espiritual”, que nada mais é do que viver segundo o espírito do mundo.
        Francisco pergunta: “Qual é o espírito do mundo? O que é esse mundanismo capaz de odiar, de destruir Jesus e seus discípulos, de corrompe-los e de corromper a Igreja?”
        E o Papa responde: “O mundanismo é uma proposta de vida, é uma cultura do efêmero, uma cultura do aparecer, da maquiagem, uma cultura do hoje sim, amanhã não... amanhã sim e hoje não... Os valores são superficiais. Uma cultura que não sabe o que é fidelidade, porque muda segundo as circunstâncias, negocia tudo. Essa é a cultura mundana, a cultura dos mundanismos. É uma cultura do descartável, segundo a conveniência. É uma cultura sem fidelidade. E é um modo de viver, também de muitos que se dizem cristãos. São cristãos, mas são mundanos.”
        Diante desta terrível tentação do “mundanismo espiritual” precisamos perseverar, isto é, CAMINHAR SEMPRE, pois nunca chegaremos a estar perfeitos e completos  nesta caminhada. 

 


        Na verdade, CAMINHAR SEMPRE,  é tomar consciência de que o caminho se faz caminhando, por maiores que sejam as tentações e incertezas que possam tomar conta de nós.
        CAMINHAR SEMPRE, é viver esses momentos de tentações e incertezas, sabendo se jogar em Deus e sabendo que Deus nos permite passar por tudo isso, é que Ele nos quer ainda mais adultos e mais maduros na fé.


        Pegue a sua caneta e retrate na tela de sua vida esta foto que apresente você caminhando e tendo pela frente uma visão do infinito para onde você está caminhando.
        E caminhando, olhando para o infinito, ouça uma voz que lhe diz: CAMINHAR SEMPRE!

                                   

Santa Madre Teresa, assisti-nos na nossa busca
e seguimento de Jesus ...    

 Concede-nos ó Deus,  que os ensinamentos de nossa Sta Madre Teresa penetrem em nosso coração e frutifique em frutos de santidade em cada passo de minha vida: "nesta vida a alma não cresce como o corpo, embora cresça verdadeiramente; mas uma criança, depois que cresce e atinge o desenvolvimento, tornando-se adulta, não volta a ter um corpo pequeno. No caso da alma, no entanto, isso acontece, como eu vi em mim, pois em outro lugar não o vi; isso deve servir para que nos humilhemos em nosso próprio benefício e para que não nos descuidemos enquanto estivermos neste desterro; quanto mais alto estivermos, mais devemos temer e menos confiar em nosso próprio poder."