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Voltando ao que eu dizia, é fundamental que a alma, para livrar-se dos prazeres e ardis do demônio, decida desde o início seguir com determinação, e sem querer consolações, o caminho da cruz. O Senhor revelou ser essa a trilha da perfeição ao dizer: Toma tua cruz e segue-me. Ele é o nosso modelo; quem segue Seus conselhos só para agradá-Lo não tem o que temer.
As almas perceberão que as graças não vêm
do demônio pelo progresso que virem em si; mesmo que voltem a cair, levantam-se de pronto — o que é um sinal, entre outros de que vou falar, de que o Senhor esteve nelas. Quando o espírito de Deus age, nada é preciso fazer para ter humildade e confusão, porque o próprio Senhor já as dá, e de um modo bem distinto do que nós o fazemos com as nossas ínfimas considerações, que nada são diante da verdadeira humildade iluminada que o Senhor ensina, trazendo tal confusão que a alma parece desfazer-se.
É coisa muito conhecida o saber que Deus dá para que percebamos que por nós nenhum bem possuímos; e quanto maiores as graças, maior o entendimento. O Senhor infunde na alma grande vontade de avançar na oração e de nela manter-se, por maior que seja o sofrimento; Ele faz com que a alma se ofereça para tudo; dá-lhe segurança, com humildade e temor, quanto à sua salvação; acaba logo com o temor servil da alma, dando-lhe um temor filial muito mais maduro; faz com que a alma perceba que começa um amor com Deus em que não há interesse próprio e que deseje momentos de solidão para melhor aproveitar esse bem.
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Quem sabe você já tenha escutado esta história que um jornalista americano relatou quando cobria a guerra do Vietnã.
Diz o jornalista que viu um garoto de 10 anos carregando um menino de uns 4 anos nas costas.
O jornalista se aproximou do garoto é lhe perguntou: “ Você está fugindo do bombardeio carregando esse menino nas suas costas. Ele não é muito pesado para você?
E o menino respondeu: “Ele não é pesado. Ele é meu irmão!”
Teresa de Jesus nos diz que “é preciso desde o início, seguir o caminho da cruz. O Senhor revelou ser essa a trilha da perfeição ao dizer: Toma tua cruz e segue-me. Quem segue os conselhos do Senhor, só para agradá-Lo, não tem o que temer.”
Na verdade, quando aceitamos o caminho da cruz, estamos no caminho certo e verdadeiro do seguimento de Jesus. E esta cruz, por mais pesada que seja, nunca é um peso que carregamos com tristeza e murmurações.
Olhemos para quantas mães e quantos pais, que carregam algum de seus filhos especiais, com limitações e deficiências. Olhemos para eles e prestemos atenção para ver se esses pais carregam esse filho com tristeza, com reclamações, com murmurações.
Pelo contrário, esses pais carregam esse filho com todo o cuidado e com toda a alegria, pois aquele filho é motivo de muitas alegrias para aqueles pais.
Por vezes percebemos que quanto mais deficiências e limitações tem um filho, tanto mais carinho e tanto mais amor os pais lhe oferecem.
Nosso Papa Francisco é muito direto ao falar sobre isso. Ele assim disse: “Professar Jesus significa aceitar o caminho que o Pai escolheu para Ele: a humilhação. Paulo, escrevendo aos Filipenses, diz: “Deus enviou o Seu Filho, o qual aniquilou a si mesmo, se fez servo, humilhou a si mesmo, até a morte e morte de cruz”. Se não aceitamos o caminho de Jesus, o caminho da humilhação que Ele escolheu para a redenção, não somos cristãos e merecemos o que Jesus disse a Pedro: “Vai para longe de mim, Satanás!”.
E quando nós vemos tantos cristãos bons! Com boa vontade, mas que confundem a religião com um conceito social de bondade, de amizade, quando nós vemos tantos clérigos que dizem seguir Jesus, mas buscam as honras, o caminho da mundanidade. Eles não estão buscando a Jesus! Mas buscam a si mesmos! Não são cristãos; dizem ser cristãos, mas de nome, porque não aceitam o caminho de Jesus, da humilhação.
E quando lemos na história da Igreja tantos bispos que viveram assim e também tantos Papas mundanos que não conheceram o caminho da humilhação, não o aceitaram, devemos aprender que aquele não é o caminho.”
Na verdade, não existe seguimento de Jesus sem a cruz!
E o pior de tudo, é que pode nos acontecer que, quando tentamos seguir Jesus e não queremos aceitar a cruz, pode nos acontecer aquilo que o povo na sua sabedoria popular diz:
“Quem busca Jesus sem a cruz, corre o risco de encontrar a cruz sem Jesus!”
É claro que não podemos amar o sofrimento! Isso nunca, pois se eu amasse o sofrimento eu estaria sendo um uma pessoa masoquista. Eu tenho que lutar contra o sofrimento. Porém, lutar contra o sofrimento, não é fugir da cruz, seja ela do tipo que for.
São Francisco de Assis falando a um seu irmão frade com quem ele tinha ido trabalhar na cidade e voltavam tarde da noite para casa, São Francisco lhe dizia: “Se agora, ao chegarmos em casa e batermos na porta e o Irmão da portaria nos disser: vão embora daqui seus preguiçosos... passaram o dia na rua e agora querem entrar aqui dentro de nossa casa... Se nós formos assim humilhados, aqui é que se encontra a verdadeira alegria, pois estaremos passando aquilo que Jesus também passou.”
Quanto mais amor eu sinto por Jesus...
Quanto mais eu souber aceitar a cruz neste seguimento de Jesus... Quanto mais eu souber perder para ganhar...
Quanto mais eu souber morrer para viver...
Tanto mais a verdadeira alegria eu vou encontrar, pois estarei descobrindo que “a vida esmagada é imensamente mais forte, do que a força que a esmaga.”
Pegue o pincel e retrate esta cena marcante, onde você aparece carregando a cruz de cada dia e mesmo com o peso da cruz, você não perde a serenidade e a alegria: Essa cruz não é pesada! Através dela eu estou seguindo Jesus. Através dela eu estou descobrindo o caminho da verdadeira alegria.
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