Nossa Senhora da Assunção e São José


 96- NO COLO DO PAI!

 Vamos falar agora da terceira água com que se rega esse jardim - a água corrente de rio ou de fonte -, trabalho feito com muito menos esforço, exceto o de canalizar a água. O Senhor quer ajudar o jardineiro aqui de uma maneira em que Ele quase é o jardineiro, encarregando-se de tudo.
É o sono das faculdades, que nem se perdem de todo nem percebem como agem. O gosto, a suavidade e o deleite são bem mais sem comparação que os do grau passado; aqui, a água da graça é posta na garganta da alma; esta já não pode ir adiante, nem sabe como, nem pode voltar atrás; ela gostaria de regozijar--se com uma grandíssima glória. É como um moribundo que está com a vela na mão, prestes a ter a morte que deseja, fluindo daquela agonia com o maior prazer que se pode imaginar. Não me parece senão um morrer quase por inteiro para todas as coisas do mundo e um estar fruindo de Deus.
Não sei explicar em outros termos. Nesse estado, a alma não sabe o que fazer: se fala, se fica em silêncio, se ri ou se chora. É um glorioso desatino, uma loucura celestial, onde se aprende a verdadeira sabedoria, sendo para a alma uma maneira muito deleitosa de se regozijar.

 

 

"O Senhor quer ajudar o jardineiro aqui de uma maneira em que Ele quase é o jardineiro, encarregando-se de tudo". Entenda-se o "encarregando-se de tudo", como dirigir bem o nosso pincel à ação da graça de Deus, dando pínceladas cheias de amor e paz à tela de nossa vida. Nosso amigo e irmão Frei Ivo nos acompanha com suas dicas.

 

          Permitam que eu inicie este comentário, citando o refrão de um cântico que a Irmã Miria Kolling, compôs para uma missa em honra de Santa Teresinha do Menino Jesus, onde fazendo uma releitura do Salmo 130, a Irmã Miria diz: “Em Ti meu Deus a  minh’alma está tranquila como a criança nos braços de seu pai.”


        Na verdade, quando Santa Teresa nos diz que “nesse estado a alma não sabe o que fazer: se fala, se fica em silêncio, se ri ou se chora.”
        É fantástico escutar Teresa nos dizendo: “É um glorioso desatino, uma loucura celestial, onde se aprende a verdadeira sabedoria, sendo para a alma uma maneira muito deleitosa de se regozijar.”
        Como é maravilhoso sentir e ver que Teresa não tem medo de viver estes momentos.
        Teresa sente que precisa se deliciar com esses momentos que Deus lhe proporciona.
        Nossa Santa, explode de alegria, por se sentir “nas nuvens” neste relacionamento com Deus. 
 


Tudo isso, não provocado por ela... não construído por ela... não elaborado por ela...
Tudo isso feito... produzido... dado... pelo amor infinitamente misericordioso que Deus tem para com ela.
Esse estado que Teresa nos relata, é o “grande momento do amor!” 
É o grande momento de se “perder dentro do amor!”
É o grande momento de “mergulhar totalmente no amor!”
Quem sabe, com esta história do “Boneco de sal”, possamos entender bem o que Santa Teresa quer nos dizer.
“Era uma vez um boneco de sal.
Certo dia, este Boneco de sala chegou a beira do mar que ele não conhecia e a quem nunca tinha visto antes.
O Boneco de sala se aproximo do mar e perguntou: “Quem é tu?”
E o mar respondeu: “Eu sou o mar.”
“Mas, o que é o mar”, perguntou o Boneco de sal.
E o mar respondeu: “Sou eu!”
“Mas, como faço para te conhecer”, perguntou o Boneco de sal.
O  mar simplesmente respondeu: “Toca-me.”
Então, o Boneco de sal, timidamente tocou o mar com a ponta dos dedos do pé.
E o Boneco sentiu uma sensação de estar entendendo o mar. Só que, ao mesmo tempo, ele se deu conta que as pontas dos seus dedos tinham desaparecido.
Diante disso, o boneco falou para o mar: “ Ó mar, olhe o que fizeste comigo.”
E o mar respondeu: “Tu deste alguma coisa de ti e eu te dei a compreensão. Tu tens que te dares todo para me compreender todo.”
E o Boneco de sal começou a entrar lentamente mar a dentro, devagar e solene, como quem vai fazer a coisa mais importante de sua vida. 
E na medida em que ia entrando, ia também se desmanchando, se diluindo  e compreendendo cada vez mais o mar.
E o Boneco de sal continuava perguntando: “Que é o mar?”
E na medida em que o Boneco de sal ia entrando e se desmanchando, o Boneco de sal, assustado perguntava: “Mas, que és tu, ó mar?”
E o mar lhe respondeu: “Se quiseres me conhecer totalmente, entra todo dentro de mim.”
E o Boneco de sal entrou todo no mar e se derreteu, se desmanchou.
Quando o Boneco de sal se desmanchou, ele ouviu uma voz que saía do meio do mar e que lhe gritou: “Agora que tu entraste todo dentro de mim... Agora que tu te perdeste todo dentro de mim... Agora que tu te desmanchaste todo dentro de mim... Agora, sim, tu me conheces, pois agora não somos mais dois! AGORA SOMOS UM!”


Saber mergulhar no Amor de Deus...
Saber perder-se no Amor de Deus...
Saber diluir-se no Amor de Deus...
Saber ser um com Deus...
Este é o grande convite que Deus nos faz e que nós precisamos experimentar.
Por vezes, temos medo de mergulhar no Amor de Deus...
Outras vezes, temos medo de nos perder no Amor de Deus...
Ainda, em outras oportunidades, não sentimos coragem de nos jogar totalmente em Deus...
Recorde Santa Teresinha e reze com ela o Salmo 130 dizendo: “Em Ti meu Deus, a minh’alma está tranquila, como a criança nos braços de seu Pai.”
Pegue o pincel e tente retratar na tela de sua vida este fantástico momento onde você se joga totalmente dentro de Deus e perdido no Amor de Deus, vocês escuta a Sua voz que lhe diz: “Agora, sim, me conheces, pois agora somos um.”

                                   

Santa Madre Teresa, assisti-nos na nossa busca
e seguimento de Jesus ...    

" É fantástico escutar Teresa nos dizendo: “É um glorioso desatino, uma loucura celestial, onde se aprende a verdadeira sabedoria, sendo para a alma uma maneira muito deleitosa de se regozijar...
        Como é maravilhoso sentir e ver que Teresa não tem medo de viver estes momentos.
Saber mergulhar no Amor de Deus...
Saber perder-se no Amor de Deus...
Saber diluir-se no Amor de Deus...
Saber ser um com Deus...."
Dá-nos Senhor caminhar livres e fortes ao encontro de vossas promessas que superam todos os nossos desejos, sob o olhar e a proteção de nossa Sta Madre Teresa.
 Amém