Nossa Senhora da Assunção e São José


¡Para siempre, siempre, siempre!

Teresa de Cepeda e Ahumada nasceu em Ávila (Espanha), a 28 de março de 1515. Foram seus pais: Dom Alonso de Cepeda e Dona Beatriz de Ahumada. A 4 de abril recebeu o santo Batismo. De seus 11 irmãos, foi ela "a mais querida". Seus pais, virtuosos e tementes a Deus, a educaram na piedade e nos afazeres da casa. Aos 7 anos, junto com seu irmão Rodrigo, lia a vida dos Santos. Entusiasmados por aquelas narrações, decidiram ir as "terras dos mouros" para que os decapitassem por Cristo (Vida 1.5): mas diante da impossibilidade de realizar seus ideais de martírio, dedicaram-se a construir ermidas, tentar vida eremítica e meditar na eternidade (Vida 1.6).

Na idade de 14 anos, Teresa perde sua mãe, Dona Beatriz. A experiência prematura da orfandade leva-a aos pés da Virgem, ali pede a Maria que seja sua Mãe (Vida 1.7).

Aos 16 anos, após um período de tibiezas e vaidades, em plena evolução juvenil, Dom Alonso interna Teresa durante um ano e meio no Mosteiro Agostiniano de Santa Maria das Graças. O trato com uma santa religiosa infundiu-lhe pensamentos e desejos das coisas eternas e da vida consagrada a Deus. E ela, que era inimiga da idéia de ser freira, acabou ingressando, aos 20 anos, no Carmelo da Encarnação.

Tinha um [irmão] quase da minha idade [Rodrigo], que era o meu mais querido, conquanto eu a todos tivesse grande amor e eles a mim; ficávamos juntos a ler as vidas de Santos. Como eu via os mar­tírios que por Deus passavam as Santas, parecia-me que compravam muito barato o irem gozar de Deus, e desejava muito morrer assim, não por amor, ao que entendo, mas para gozar tão em breve dos grandes bens que lia haver no céu. Unia-me por isso com meu irmão para tratar dos meios de o conseguirmos. Planejávamos ir à terra dos Mouros, esmolando por amor de Deus, para que lá nos cortassem a cabeça; e parece-me que nos dava o Senhor ânimo em tão tenra idade para o executar se houvesse algum meio, mas o termos pais muito nos embaraçava. Em extremo nos espantávamos quando líamos que a pena e a glória hão de ser para sempre. Acontecia-nos ficar largas horas tratando disto, e gostávamos de dizer muitas vezes: "Para sempre! Para sempre!". Em pronunciar estas palavras, muito tempo era o Senhor servido que me ficasse impresso na alma, nesses tenros anos, o caminho da verdade. (Livro da Vida, capítulo I, parágrafos 4-5.)